Corpo de Arnaldo Jabor é velado em SP e será levado para o Rio

O corpo do cineasta, cronista e jornalista Arnaldo Jabor, que morreu aos 81 anos na madrugada desta terça (15) em São Paulo, foi velado na tarde desta terça na capital paulista em uma cerimônia restrita a familiares e amigos próximos.

À noite, o corpo será levado para o Rio de Janeiro, onde vai ocorrer, nesta quarta-feira (16), das 11h às 16h, uma cerimônia aberta a fãs no Museu de Arte Moderna (MAM). O corpo de Jabor deve ser cremado.

Ele estava internado desde dezembro do ano passado no Hospital Sírio-Libanês, na região central da cidade. Ele havia sido hospitalizado após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) e morreu em decorrência de complicações do evento.

Jabor dirigiu “Eu sei que vou te amar” (1986), indicado à Palma de Ouro de melhor filme do Festival de Cannes. Era colunista de telejornais da TV Globo desde 1991 e deixou pronto um filme inédito, ‘Meu último desejo’, longa-metragem baseado em conto de Rubem Fonseca.

Trajetória

Arnaldo Jabor teve extensa carreira dedicada ao cinema, à literatura e ao jornalismo. No cinema, dirigiu sete longas, dois curtas e dois documentários. Também era cronista e jornalista.

Formado no ambiente do Cinema Novo, Jabor participou da segunda fase do movimento, um dos maiores do país, conhecido por retratar questões políticas e sociais do Brasil inspirado no neorrealismo italiano e na nouvelle vague francesa.

Mesmo antes de se tornar um premiado diretor e roteirista, já mostrava paixão pela sétima arte. Foi também técnico sonoro, assistente de direção e crítico de cinema. Ele se formou pelo curso de cinema do Itamaraty-Unesco em 1964.

Em 1967, produziu o documentário “Opinião Pública”, seu primeiro longa metragem e uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade.

O primeiro longa de ficção que Jabor produziu, roteirizou e dirigiu foi “Pindorama”, em 1970. Ele tinha um excesso de barroquismo e de radicalismo contra o cinema clássico. No ano seguinte, foi indicado à Palma de Ouro, o maior prêmio do festival de Cannes, na França.

Sucessos de bilheterias e obras premiadas marcaram a carreira do cineasta. Em 1973, fez um dos grandes sucessos de bilheteria do cinema brasileiro: “Toda Nudez Será Castigada”, uma adaptação da peça homônima de Nelson Rodrigues. Por ele, Jabor venceu o Urso de Prata no Festival de Berlim em 1973.

O filme tem críticas à hipocrisia da moral burguesa e de seus costumes. É a história do envolvimento da prostituta Geni, interpretada pela atriz Darlene Glória, com o viúvo Herculano, personagem de Paulo Porto. O papel deu a Darlene o prêmio Kikito de Melhor Atriz no Festival de Gramado. O filme também ganhou um troféu no evento.

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