O Twitter anunciou na noite desta sexta (8), que deletou a conta oficial de Donald Trump. A medida foi tomada dois dias após apoiadores do presidente dos Estados Unidos invadirem o Congresso, em ato violento que resultou em 5 mortes. É a primeira rede social a tomar esta decisão.
“Após uma análise cuidadosa dos tuítes recentes do @realDonaldTrump e do contexto em torno deles, suspendemos permanentemente a conta devido ao risco de mais incitação à violência”, disse a empresa.
O perfil de Trump no Twitter tinha quase 89 milhões de seguidores e era o principal meio de comunicação dele com o público.
Após o banimento, o republicano chegou a usar a conta @potus, que é da Presidência para criticar o Twitter e também falou em construir uma plataforma própria. Esses posts também foram tirados do ar. Por volta das 23h, a conta presidencial, raramente usada por Trump, só mostrava tuítes feitos até 2020.
O presidente fica sem poder se comunicar por suas páginas pessoais nas três principais redes sociais, já que os perfis de Trump no Facebook e no Instagram foram bloqueados por tempo indeterminado na última quinta. Diferentemente do Twitter, essas páginas seguem no ar, mas não podem ser atualizadas ao menos até a posse de Joe Biden, marcada para o próximo dia 20.
Desde as eleições de 2016, o republicano vem sendo acusado de propagar desinformação. Neste ano, alguns de seus posts chegaram a ser removidos pelas redes; outros vinham recebendo selos de alerta de “conteúdo duvidoso”.
No blog da companhia, o Twitter detalhou a decisão de banimento, dizendo que perfis de autoridades eleitas e líderes mundiais não podem estar totalmente acima das regras da plataforma e nem usá-la para incitar violência.
Usuários da rede social vinham pressionando o Twitter a tomar medidas mais drásticas desde a invasão ao Capitólio, na tarde de quarta (6), quando ocorreu a reunião que certificou a vitória de Biden nas eleições.
Durante o ato, incentivado por Trump em discurso prévio para apoiadores, o presidente usou as redes para elogiar o grupo e tornou a questionar a legitimidade das eleições. O Twitter tirou 3 posts do ar.
Após a manifestação, o perfil de Trump chegou a ser temporariamente bloqueado pela plataforma. E o Twitter ameaçou bani-lo se ele violasse novamente as políticas da rede.