Foram tempos tortuosos para todo mundo, inclusive para as pessoas em situação de rua. As incertezas, dores, percas, entre outras situações que mal podemos imaginar serviram de inspiração para dezenas de participantes expressarem tudo que sentiram em versos, prozas, contos, poemas e relatos para os representantes da Arsenal da Esperança, instituição que acolhe pessoas em situação de vulnerabilidade na Cidade de São paulo desde 1996.
Entre as atividades oferecidas pela instituição, também há o estimulo para o desenvolvimento de habilidades e imersão na cultura destas pessoas, por isso, anualmente a Arsenal da Esperança promove um concurso literário para seus beneficiários. E neste ano o tema foi os desafios enfrentados por eles durante a pandemia. “São necessários mil gestos de acolhimento para ajudar uma pessoa não apenas a ficar novamente em pé, mas também para fazer que seus talentos possam reaparecer, para que ela possa lutar e brilhar em benefício de toda a sociedade” comenta o padre Simone Bernardi, missionário da Fraternidade da Esperança – SERMIG.
Em maio deste ano as inscrições foram abertas e a aderência ao concurso foi incrível. Dezenas de pessoas se inscreveram e a Arsenal recebeu mais de 68 textos que concorreram no projeto. Entre os três primeiros estão Ezequias Ferreira Machado que em forma de poema nos mostrou a Fragilidade de todas as vidas, sem exceção; Leandro Alcântara, que em uma crônica cotidiana, aborda o contágio do amor que a doença trouxe à tona; e por fim, Walter Teles, que em versos retratou a dor de quem vive na rua e se vê diante da vulnerabilidade. São histórias, vividas e sentidas por pessoas que não tiveram refúgio, que viveram este período de um modo que poucos podem imaginar.
Neste ano, o concurso ganhou novos olhares e pela primeira ver vai virar livro. Patricia Strebinger, diretora da ONG Banho de Esperança teve acesso ao conteúdo e resolveu liderar o projeto de edição destes materiais, que terá versões digitais e impressas. “Nós queremos promover a valorização de habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego e trabalho decente para os vulneráveis. A cultura transforma” – comenta Patricia.
O Metrô de São Paulo aderiu ao projeto e irá promover de outubro de 2021 a fevereiro de 2022 uma exposição digital itinerante com diversos textos selecionados nas estações Morumbi, Paulista, Santa Crus e Largo Treze. Além da exposição, em breve haverá o lançamento oficial do livro na sede da Arsenal da Esperança, localizado nas instalações da antiga Hospedaria de Imigrantes da cidade de São Paulo.
Todo dinheiro arrecadado com a venda dos exemplares serão revertidos para a instituição para que continuem a levar ainda mais dignidade a eles.
Sobre a Arsenal da Esperança:
Desde 1996, o Arsenal da Esperança já acolheu mais de 65.000 pessoas diferentes), oferecendo-lhes um lugar limpo e acolhedor, onde é possível descansar, tomar banho, se alimentar, frequentar cursos profissionalizantes e ter outras oportunidades para reconstruir a vida.
Durante a pandemia, para proteger a população acolhida dos riscos de contaminação com o novo coronavirus, a instituição fez a escolha de transformar a casa em uma quarentena (24 horas por dia, 7 dias da semana para que também os seus hóspedes – conhecidos como o “povo da rua”- pudessem seguir a preciosa recomendação de permanecer em casa.
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