Jornalismo alagoano perde Ailton Villanova para a Covid-19

O jornalismo alagoano perde um dos seus ícones, Ailton Villanova. O jornalista estava internado em um hospital particular da cidade, onde morreu em decorrência de complicações da Covid-19. Seu filho, Léo Villanova, fez uma linda despedida em suas redes sociais:

Nesta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, no preciso horário das 20h46, eu deixei de acreditar na lenda dos Highlanders, aqueles que seguem na Terra não importa qual seja o desafio que a morte lance à sua frente. Foi nesse dia e hora que meu pai, Ailton Villanova, se foi.

Ele enfrentou cada um desses desafios com coragem incomum. As dezenas de centímetros de cicatrizes no corpo eram as suas testumunhas fiéis, que nunca deixaram ele mentir. Foi pego na traição por um inimigo invisível e covarde, que, quando se revela, já tem forma de doença avassaladora e, por essas bandas, já riu como um palhaço das mais de 200 mil famílias que dilacerou.

Nós, os parentes, nem pudemos nos despedir dele. Os muitos amigos que ele prezava tanto, nem vão poder prestar aquela última homenagem, que seria um misto de choro e lembrança divertida de uma das muitas histórias que ele contava todos os dias. Esse é o último requinte de crueldade dessa doença.

Agradecemos a todos os amigos e parentes que durante os últimos dias lançaram sobre meu pai e nossa família as melhores energias e orações. Não abandonem essa corrente de generosidade e boa vontade se protegendo e protegendo quem vocês amam de verdade. Ainda temos um longo caminho pela frente até que possamos ver novamente os sorrisos uns dos outros nas ruas das nossas cidades.

Longa carreira

Villanova, que atualmente trabalhava na Tribuna, somou mais de 60 anos de trajetório profissional. Em 1956, quando tinha apenas 15 anos, Ailton Villanova teve seu primeiro texto publicado na edição de domingo do Jornal de Alagoas, incentivado pelo professor Lauro Costa, do Lyceu Alagoano. Filiou-se a Federação Alagoana de Esportes para continuar escrevendo na seção de esportes do jornal.

No ano seguinte, ainda na escola, foi contratado como repórter policial da Gazeta de Alagoas e passou a trabalhar na Rádio Difusora. Desde então, passou pelos mais importantes jornais do Estado: Tribuna de Alagoas, Jornal de Alagoas, Diário de Alagoas, Correio de Maceió, Correio de Alagoas e Tribuna Hoje, onde assina uma coluna de crônicas.

Com 20 anos de profissão, em 1976, encabeçou o projeto ousado de inaugurar as transmissões jornalísticas da TV Gazeta. Foi diretor de jornalismo da emissora e apresentador do então chamado “Jornal Nacional Alagoas”, hoje ALTV segunda edição, que precedia o Jornal Nacional. Na década de 1980, participou da fundação da Rádio Gazeta FM (Rádio Clube de Alagoas) apresentando uma programação que mesclava música e notícias.