O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta segunda-feira (06), a prorrogação da quarentena contra o novo coronavírus para todos os municípios do estado até o dia 22 de abril. Ele justificou a medida dizendo que o governo paulista escolheu preservar vidas e depois recuperar a economia.
O estado de São Paulo está sob o regime de restrição e distanciamento social desde o fim de março. O decreto editado na ocasião pelo governador havia dado como prazo da quarentena esta terça-feira (dia 7). Ele será renovado agora para vigorar até 22 de abril com as mesmas restrições. São Paulo tem 4.620 casos de Covid-19 e 275 mortes.
Doria usou expressões como “torpe” e “medíocre” ao se dirigir a defensores do fim das restrições de mobilidade e do distanciamento social. A elevação de tom por parte do governador acontece no mesmo dia em que o Instituto Datafolha mostrou que a maioria da população (76%) apoia a quarentena.
– Vocês estão preparados para assinar atestados de óbito e carregar os caixões das vitimas do coronavírus? Vão enterrar a vítimas? – afirmou o governador.
– Nós demonstramos respeito pela ciência e medicina e o afastamento completo do populismo, achismo, da visão ideológica, torpe, fraca e medíocre. Vamos proteger vidas. Depois vamos salvar economia – completou.
Doria voltou a confrontar Bolsonaro e o posicionamento do presidente em defesa de afrouxamento das medidas de restrição de mobilidade.
– No Brasil, quero lembrar que defendem o isolamento os ministros da Saúde, da Justiça e da Economia, o vice-presidente da República e a maioria absoluta de médicos e cientistas. Será que todos eles estão errados? Será que a ciência e a Organização Mundial de Saúde estão erradas? Um único presidente da República no mundo está certo e detém o conhecimento para discordar do mundo que quer proteger vidas? – disse.
A prorrogação da quarentena vale para todo o estado, e o governador afirmou que vai aumentar a fiscalização com ajuda da polícia. Ele fez um apelo a prefeitos para que cumpram e fiscalizem as medidas de restrição.
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– A partir da nova quarentena a orientação é aumentar o rigor. Se houver necessidade de agregar mais medidas restritivas não teremos hesitação – disse Doria.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse que a “grande maioria” da população paulistana respeitou a quarentena nas duas últimas semanas e que cerca de 2 mil fiscais municipais continuarão nas ruas averiguando o funcionamento do comércio. Somente serviços essenciais podem ficar de portas abertas na cidade.
-Vida não tem preço por mais que se fale em prejuízos econômicos – afirmou.