Não crie expectativas. Esse é um conselho muito dado por amigos e familiares, e replicado nas redes sociais. Seja por um possível novo trabalho, uma compra dos sonhos que parece que vai ser realizada ou por um pretendente amoroso que está demonstrando interesse, a ideia de criar expectativa é sempre rejeitada. Mas, o que são essas expectativas? E, afinal, é possível não as criar?
A professora de Psicologia da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Maceió, Sabine Heumann, explica que expectativa é estar esperando pela probabilidade de que alguma coisa aconteça. “É um mecanismo natural do ser humano. Quando se fala ‘não crie expectativas’, na verdade estamos dizendo para o outro lutar contra algo que é natural. É muito difícil não criar expectativas, pois elas têm vida própria e se criam sozinhas”, diz a psicóloga.
Para Sabine, o importante é saber como manejar as expectativas de uma forma que fique claro que o que a gente espera é diferente do que vai acontecer. “Não há problema em sonhar com uma coisa boa e imaginar uma situação, desde que a pessoa entenda que isso é uma expectativa, uma imaginação e um desejo que não está, necessariamente, vinculado com a realidade. Ou seja, pode não acontecer”, afirma a docente.
Mas, o que fazer com a realidade? Como lidar com a decepção? “A chave para lidar com as expectativas está, justamente, em aprender a manejar as nossas decepções. Nem tudo na vida vai acontecer da forma que a gente espera. A vida é assim, faz parte, mas, não é por causa disso que não se pode ou não se deve criar expectativas. Pelo contrário, afinal, as expectativas também nos movem. Se o fato de desejar muito alguma coisa me impulsiona para conquistar, isso é muito bom. O problema é quando ficamos apenas esperando e nos frustramos quando não acontece”, destaca Sabine Heumann.
Pensar em cenários alternativos e em outros desfechos para as situações é, segundo a psicóloga, uma estratégia para lidar com as decepções. “A solução não é extinguir as expectativas, mas sim não se iludir, entendendo que nossa expectativa pode não acontecer. Tratar expectativa como expectativa, não como realidade”, finaliza Sabine Heumann, que é professora de Psicologia da UNINASSAU Maceió.
