É inegável que a realização da Copa América no Brasil em tempos de pandemia é um erro gravíssimo só por causa do tamanho do evento. Todavia, adicione à essa carruagem os “nãos” dados por Jair Bolsonaro e seus aliados em relação ao apoio à compra e à fabricação de vacinas. Estes medicamentos, por sua vez, seriam utilizados para imunizar a população contra o vírus.
Desde o início da pandemia, quando o cidadão passou a ficar mais tempo em casa, houve uma onda de negacionismo por parte do Governo e de seus apoiadores. Uma prova disso foi o pronunciamento infeliz do presidente, onde ele se referiu à Covid-19 como “uma gripezinha” e “um resfriadinho”.
Além disso, ao longo do tempo, a situação foi piorando e, hoje, somamos mais de 465 mil mortes. Inúmeras vidas foram perdidas, como a de famosos de grande conhecimento do público. Entre eles, estão Nicette Bruno e Paulo Gustavo. Contudo, entre as vítimas do vírus estão, também, desconhecidos amados por mim e por você.
Embora a situação de melhora e de superação desta crise possa estar próxima, é preciso evitar que se concretize uma ameaça perigosa: a terceira onda de Covid-19. Todavia, para se evitar novos contágios do vírus, o (des)governo deveria ter aceitado as inúmeras propostas de venda de imunizantes assim que lhes foram apresentadas. Talvez tenham se confundido com a proposta de realizar a Copa América no Brasil, afinal, são tão desorganizados que podem ter dado o “sim” ao e-mail errado. (Leia com bastante ironia).
Todavia, a realização da Copa América no Brasil configura uma situação preocupante demais, visto que dois países recusaram sediar o evento. Nesse sentido, pode-se dizer que isso aconteceu para que se possa controlar o avanço da pandemia.
De acordo com informações do Ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, receberão as partidas da Copa América no Brasil: Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Cuiabá (MT) e Goiânia (GO). Na noite de ontem (01), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, soltou uma nota reiterando o Decreto Rio 48.425,2021. Este decreto suspende a realização de eventos esportivos com a presença de público em estádios e ginásios. Além disso, afirmou sequer foi consultado sobre o munícipio sediar jogos do torneio.
Famosos reagiram à realização da Copa América no Brasil
“Pistola”, Luiz Roberto não mediu as palavras em uma transmissão do canal fechado SporTV.
“Além de desfalcar os times, de absolutamente amontoar o calendário, um mês de Copa América. Já seria ridícula a realização dela em condições normais, aí vem a notícia, depois da desistência de vários países irmãos, que não têm condições por conta da pandemia de realizar a Copa América, e no país que tem a pandemia descontrolada, que levou nove meses para responder à carta da Pfizer, respondeu em dez minutos que ‘vamos fazer a Copa América’. Abertura em Brasília, jogos em Natal, Pernambuco, final com público. É inaceitável! A sociedade brasileira, a coletividade do futebol e do esporte… Nós não podemos aceitar essa decisão. Que se realize, que faça o que bem entenderem, que os negacionistas façam caravanas à Brasília, para ter público na grande final. Momento apoteótico dessa porcaria dessa competição! É uma vergonha! É um tapa na cara dos brasileiros!”, afirmou indignado.
Em seguida, uma verdadeira avalanche de críticas à realização do evento no Brasil pôde ser vista nas redes sociais, depois de Argentina e Colômbia recusarem sediar o evento por causa da pandemia. Fátima Bernardes, por exemplo, disse que a semana começava com “mais preocupação”. Felipe Castanhari criticou a atitude do presidente e disse que ele estava tentando assassinar a população brasileira. Por sua vez, Roger Rocha Moreira afirmou que “agora poderemos usar os nossos estádios padrão Fifa que foram construídos no lugar dos hospitais…
Anônimos também reagiram à Copa América no Brasil
Do mesmo modo que os famosos, muitos anônimos criticaram duramente o governo de Jair Bolsonaro. Em outras palavras, muitos deles fizeram uma comparação entre o tempo que o presidente e seus aliados levaram para responder às propostas de compras de vacinas e o tempo que foi levado para responder à proposta de sediar a Copa. Ao mesmo tempo, eles relembraram o quanto é perigoso que cepas sejam distribuídas com a chegada de estrangeiros para o evento esportivo.
Em outras palavras, posso afirmar que me junto aos anônimos e famosos que, nesse momento são apenas cidadãos. Estamos juntos, exercendo nosso dever de cobrar do (des)governo uma posição correta em relação à pandemia. Infelizmente, não é tempo de se comemorar vitórias esportivas, muito menos de sediar eventos. Já estamos próximos de ultrapassar mais um recorde de mortos, mesmo que muitos estados estejam em queda ou em estabilidade. É preciso olhar com sensibilidade para os problemas relacionados à pandemia, com o intuito de freá-los e não de promovê-los, como faz o Governo Federal desde o início da pandemia.
Por fim, um breve recado:
Senhor Presidente, por favor, não olhe só para a sua família. Seja verdadeiramente patriota e proteja a nação brasileira. Não queremos ensinar o seu próprio dever, afinal, o senhor já está bem grandinho para isso!