Estrela das manhãs da TV brasileira, Ana Maria Braga é um tipo raro de unanimidade no Brasil de hoje. Sua atitude otimista, resiliente e apaixonada pela vida inspira milhões de pessoas que acompanham sua trajetória profissional e pessoal há quase 30 anos.
Uma camaleoa de muitas faces, ela surge na capa e no recheio da nova edição da revista Cidade Jardim de um jeito nunca visto antes: ultrafashion e irreverente em looks superpoderosos que materializam as principais tendências da temporada.
“Tirei estas fotos para a revista e acho que realizei todos os meus sonhos. Que delícia trabalhar com essa moçada, que me fez de top model, cada roupa linda. Moda é isso, bom gosto e consciência de quem usa, do jeito que usa. É todo um comportamento”, avalia ela.
Do alto de seus 73 anos, Ana divide experiências e lições desta sua jornada numa entrevista à jornalista Heloisa Tolipan, em que fala de carreira e família, de relacionamento e adversidades, de espiritualidade e dos ídolos de carne e osso que adora.
Abaixo uma seleção de trechos da entrevista.
SINCERONA
“Como o meu jeito de viver é com verdade, é difícil não falar a verdade para mim mesma. Às vezes, eu sou muito dura comigo. Mas, em relação ao mundo e às pessoas, sempre digo: ‘Se não quiser saber, não pergunte, pois se perguntar, eu vou responder’.”

SEM MÁGOA
“Tenho algo que me ajuda muito em todos os sentidos na minha vida, que é uma capacidade imensa de esquecer coisas ruins. Às vezes, eu sinto que tem algo estranho em algum lugar e, imediatamente, preciso recorrer a um amigo para perguntar se ele sabe o que houve. E, muitas vezes, a resposta é: ‘Ana Maria, você não lembra? Aquela pessoa fez isso e aquilo’. E eu digo: ‘Eu não! Não vou perder tempo em ficar me lembrando disso’.
NOVAS TECNOLOGIAS
“É um prazer sempre aprender mais sobre as inovações. E adoro até jogar videogame com os meus netos. É uma senhora diversão. Quando estou com algum problema que não consigo resolver de imediato, jogo duas horas de videogame. A mente dá uma limpada, e consigo ver tudo com mais clareza.”

ADVERSIDADES PÚBLICAS
“Acho que fui uma das primeiras comunicadoras que colocou um problema tão sensível quanto esse [do câncer] de verdade — e me ajudou muito. Acredito em energia e estar ali, trabalhando, me dava mais força para enfrentar um outro dia. De vez em quando, eu chorava embaixo do chuveiro, pois doía muito. E aprendi a frase: ‘Por que não eu?’. Tem tanta gente que sofre, não é? Eu também.”

O RETORNO A SP
“Fiquei triste [na pandemia], porque o mundo ficou de ponta-cabeça, mas, ao mesmo tempo, voltar para São Paulo (Ana Maria morava no Rio por conta das gravações) e para a minha casa foi acolhedor.
Fotos IVAN ERICK
Edição de moda LEANDRO PORTO
Beleza DANIEL HERNANDEZ com MARCIO GRANADO