Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a hidroxicloroquina para combater os sintomas graves do novo coronavírus, o governo de Jair Bolsonaro seguiu os mesmos passos e liberou o uso do medicamento nos hospitais do pais. Contudo, um dos primeiros grandes estudos sobre a eficácia da hidroxicloroquina em vítimas de coronavírus aponta que os pesquisadores não encontraram evidências de que a droga seja eficaz no tratamento do vírus.
O estudo foi realizado em hospitais da Veterans Health Administration. No total, 368 pacientes vítimas do Covid-19 foram medicados com a hidroxicloroquina e a azitromicina, contudo o estudo aponta que não foi encontrado evidências de que o remédio reduziu o risco de ventilação mecânica em pacientes internados, pelo contrário, houve aumento da taxa de mortalidade global entre aqueles que foram tratados apenas com hidroxicloroquina.
“Esses achados destacam a importância de aguardar os resultados de estudos prospectivos, randomizados e controlados em andamento antes da adoção generalizada desses medicamentos”, disseram os autores do estudo.
Os autores disseram que não foi identificada terapia eficaz para o COVID-19 e que esperaram que novos estudos continuem sendo realizados sobre a eficácia da hidroxicloroquina.
Pesquisadores do VA Health Care System, Da Universidade da Virgínia e da Universidade da Carolina do Sul estiveram envolvidos na pesquisa.
O Dr. Stephen Hahn, comissário da FDA, disse que a pesquisa é útil para os profissionais de saúde e acrescentou que os será necessário pesquisas adicionais usando um placebo para tirar conclusões mais conclusivas.
Hidroxicloroquina é usada comumente para tratar malária e lúpus, e tem sido fornecido como tratamento para pacientes com COVID-19 em caráter experimental em alguns países do mundo.
A droga carrega efeitos colaterais conhecidos, incluindo dor de estômago, náuseas, vômitos e dor de cabeça.
Leia o estudo completo, em inglês, clicando aqui