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Será que o chocolate faz mal?

Não precisa nem ser Páscoa para o chocolate roubar a cena. Um dos doces mais aclamados pelas pessoas. Mas comer essa iguaria à vontade tem um preço. Além dos quilos a mais na balança, o consumo exagerado pode fazer mal à saúde. “A quantidade de gordura e açúcar que tem no chocolate pode trazer malefícios para pessoa que o ingere em excesso”, resume Clarissa Fujiwara, nutricionista do Departamento de Nutrição da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).

“As consequências imediatas para a saúde são relacionadas a comer um alimento muito calórico que normalmente traz também uma grande quantidade de gordura. Isso pode causar problemas digestivos”, explica Marcella Garcez, nutróloga e diretora da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia). E são vários. Desde sobrecarregar o fígado, provocar náuseas, enjoos, refluxo gastroesofágico e gastrite e até causar intoxicação alimentar. A indisposição gástrica costuma castigar mais as crianças e também é maior nos dias quentes.

Mas os danos à saúde causados por essas delícias vão além de um mal-estar passageiro. Segundo Garcez, comer chocolate até se esbaldar em longo prazo pode trazer consequências metabólicas mais sérias, por causa do açúcar e da gordura presentes nele —o que é agravado ou não conforme as outras características da sua alimentação. A alta ingestão de açúcar —que sabemos que também está presente em mais alimentos do nosso dia a dia — pode levar a pessoa a desenvolver resistência insulínica, pré-diabetes e, posteriormente, diabetes. E quando chega-se ao estágio dessa doença, o açúcar que se acumula no sangue pode afetar os olhos, os rins, os nervos, o coração e os vasos sanguíneos.

Já as gorduras saturadas contidas no alimento —e em muitos outros itens do nosso dia a dia— levam ao desenvolvimento de dislipidemias. Ou seja, pode haver um aumento do LDL (o colesterol ruim), redução do HDL (o bom colesterol) e elevação dos triglicerídeos. Isso faz com que a pessoa aumente as chances de ter aterosclerose (entupimento das artérias), ataques cardíacos, AVC (acidente vascular cerebral) e outros problemas.

Entretanto, o chocolate não é vilão. O problema é comer um tablete ou ovo de páscoa inteiro ou quase todo de uma vez. Já uma porção pequena (25 g ao dia) faz bem para a saúde, por causa das propriedades do cacau -portanto, quanto maior o percentual de cacau, melhor.

Ele contém compostos bioativos que apresentam ação antioxidante. Como as antocianinas que inibem a liberação de espécies reativas de oxigênio, diminuem a peroxidação lipídica mediada por radicais livres e reduzem a oxidação das partículas de LDL-colesterol. O cacau também contém catequinas, que têm efeito cardioprotetor (como redução da pressão arterial e inibição da captação de LDL-colesterol oxidado) e anti-inflamatório. Os polifenóis do cacau também têm ação estimulante e cognitiva, pela liberação de neurotransmissores.

Confira as diferenças entre os diferentes tipos de chocolates :

Branco: feito com manteiga de cacau, leite, açúcar e outros ingredientes, é considerado popularmente um tipo de chocolate, mesmo sem ter a massa de cacau. Não apresenta as propriedades nutricionais do chocolate, que é feito com massa de cacau ou cacau em pó. E é o mais nocivo à saúde porque tem mais gordura do que os outros tipos de chocolate.

Ao leite: fabricado com cacau, leite, açúcar e outros ingredientes. Segundo a resolução da Anvisa, o chocolate ao leite precisa ter, no mínimo, 25% de sólidos totais do cacau.

Amargo: produzido com pelo menos 50% de massa de cacau, geralmente é feito com pouco ou nenhum leite. É o único considerado saudável. Quanto maior o teor de cacau, mais benéfico ele será à saúde.

Diet ou zero açúcar: preparado sem açúcar, mas com uma quantidade de gordura equivalente aos demais.

Light: tem 25% de redução de algum ingrediente, que reduz a carga calórica.

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